Sem vacinação total, Margareth Menezes acredita que não haverá Carnaval em 2022

Com 58 anos, dona de uma das vozes mais marcantes do axé, Margareth Menezes, seguida por um público gigante no Carnaval, acredita que em 2022 não haverá a festa momesca em Salvador.

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Com a Covid-19 ainda circulando pela capital baiana, a intérprete da música ‘Faraó’ só irá cantar no trio elétrico com todo mundo vacinado. “Nosso trabalho é direto com público, é na aglomeração que a arte funciona. Para ter Carnaval, precisaria que o esforço da vacinação fosse muito maior, e isso a gente não está vendo. Nos Estados Unidos, quando mudou o presidente, eles começaram a ter mais de 1 milhão de pessoas vacinadas por dia. Aqui, há falta de pensamento no sentido da coletividade”, comenta ‘Magá’ durante entrevista ao site UOL.

Falando em música, Margareth relembra que, por cantar canções exaltando símbolos e rituais do candomblé, já foi discriminada, mesmo sendo espírita. “Uma vez, fui cantar na TV e estava com uma blusa com um orixá na frente. E não mostravam, só mostravam a minha cara. E teve outra situação em que não pude cantar a música ‘Elegibô’ [nome de referência a uma cidade nigeriana]. E isso é uma mistura muito grande na cabeça desse povo, porque as músicas com essa temática também são cultura”.

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Mas, mesmo com o preconceito na religião, Menezes, atualmente, não se abala tanto com isso, apenas com o atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido). A cantora reforçou que, nas próximas eleições, votará em qualquer candidato que seja o oposto de Bolsonaro.

“Jamais vou votar em alguém que propague a morte do povo brasileiro, o desmonte da educação, o desrespeito à ciência. Isso não é meu time”, comenta. “Como pode um país onde vemos muita gente começar a passar fome enquanto uma parcela de pessoas fica mais rica ainda? O agronegócio pujante e o povo passando fome. Isso é uma vergonha”, completa.

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