16 de abril de 2024 - 1:51 PM

Oito monges acusam padre de assédio e violência sexual

 Oito monges acusam padre de assédio e violência sexual

Um padre da igreja católica está sendo acusado por oito monges de violência e assédio sexual. De acordo com reportagem publicada pelo UOL nesta quinta-feira (30), Ernani Maia dos Reis, líder do Mosteiro Santíssima Trindade, na cidade mineira de Monte Sião, também teria humilhado e agredido verbalmente outras 11 pessoas que viviam sob sua autoridade.

Os crimes teriam sido cometidos entre 2011 e 2018. Os monges que sofreram abusos sexuais tinham idades entre 20 a 43 anos. Já das 11 pessoas que sofreram constrangimentos e agressões verbais, dez eram mulheres.

Abuso

Em um dos episódios de abuso, um monge, que preferiu não se identificar, afirma que procurou o padre para uma confissão. Ele queria falar sobre a vontade de construir uma família.

“Mas você é gay, casar para enganar uma moça, mentir pra ela uma vida inteira? Porque você é gay”, disse Ernani. A vítima relatou ao portal que o padre pegou uma de suas mãos e a levou até o próprio pênis. “Você tá precisando disso aqui, de pinto”.

Outra vítima

Um outro monge diz ter sido violentado sexualmentena casa do padre, lugar onde os religiosos eram convidados para assistir filmes e tomar banho quente, coisas que são consideradas regalias na vida monástica.

“Ernani me chamava para ir na casa dele. Pedia para eu deitar na cama e fazer carinho. Ele me recebia de short ou de cueca samba-canção. Até que um dia pediu para massagear a parte íntima dele. Pediu para eu o masturbar”, relata a segunda vítima.

“Ele vinha querendo abraçar, passava a mão, essas coisas. Ele não dava a entender direito ‘vamos transar’. Era um passo a passo em que você vai se soltando. Relaxando. Ele vai te dar uma bebida aqui. Uma bebida ali. Até chegar num ponto que você vai ceder”, completou.

Fúria

Quando não obtinha êxito em suas investidas, o padre ficava furioso. “Em determinado momento, enquanto dormia, ele abraçava, passando a mão. Comigo, ele tentou duas vezes. Lembro que na última vez que fui, dormi. E no outro dia ele estava bravo. Ele ficou bravo porque eu tinha dormido”, lembra uma terceira vítima.

Ernani negou ao portal as acusações, mas se recusou a responder às perguntas específicas dos repórteres.Também procurada, a Igreja Católica afirmou que não se omitiu em relação às acusações de crimes sexuais contra o padre, mas não respondeu sobre as conclusões das investigações internas.